sexta-feira, 25 de março de 2011

MUDANÇA DE CONCEITO, OU OBRA DO DESTINO?


Depois de alguns longos e tenebrosos invernos as categorias de base do Grêmio mostram sinais de vida, o tricolor que nos últimos anos tem contribuído pouco com o futebol brasileiro em relação a novos talentos, esta lançando um garoto que tem alguma coisa “diferente”. Leandro foge da normalidade, não que já seja um craque, mas podemos contar nos dedos jogadores que com apenas 17 anos entram nos profissionais com tanta naturalidade.

Claro que o moleque não enfrentou adversários fortes, jogou apenas 3 jogos contra times que são apenas coadjuvantes no campeonato gaúcho. Mas mesmo assim são profissionais, são equipes formadas por jogadores fortes, de pegada e muitas vezes truculentos. Leandro não se intimidou, em três partidas, sendo que em duas delas saiu do banco de reservas já fez 3 gols e ainda contribuiu com seus companheiros dando assistências primorosas. E volto a frisar: É um menino de APENAS 17 ANOS.

O Grêmio esta em busca de um atacante para ser parceiro de Borges a partir da segunda fase da Libertadores, até lá tem tempo. E acho que a direção não deve mais perder este tempo e nem dinheiro buscando tal reforço no mercado. O certo é aproveitar o período e investir em Leandro, até porque contratar um bom atacante exige um investimento pesado, e se for para trazer alguém mediano então que seja dada a oportunidade para o menino. Olho nele, o guri é “ensaboado”.

O surgimento de Leandro me faz refletir sobre as categorias de base dos clubes do futebol gaúcho. E o que me chama atenção é a dificuldade que o Grêmio tem em revelar bons jogadores, se formos analisar os últimos 5 ou 6 anos (e mesmo que fossem 10 anos) quantos jogadores realmente de qualidade surgiram na Azenha? Anderson, Lucas, Carlos Eduardo... Quem mais? Rafael Carioca, Douglas Costa e Mário Fernandes apesar de serem talentosos estão abaixo do trio citado primeiramente. Sinceramente não me lembro de outros nomes relevantes, de resto me recordo apenas de jogadores de nível médio para bom. Entre eles: Adilson e Wilian Magrão.

É das categorias de base que os clubes tiram boa parte do seu sustento anual, e o Grêmio tem o maior exemplo disso dentro do Brasil, bem ao seu lado: O Internacional.

Com a politica de ser vendedor, o Colorado vem acumulando títulos ano a ano, além disso, se torna um clube atrativo para repatriar grandes jogadores devido à visibilidade que adquiriu com as suas últimas conquistas. Ou seja, uma coisa puxa a oura.

Praticamente no mesmo período que nasceram no Grêmio Anderson, Lucas e Carlos Eduardo, surgiram das manjedouras do estádio Beira-Rio Nilmar, Rafael Sóbis, Alexandre Pato, Luiz Adriano, Renan, Sidinei, Walter, Taison, Sandro, Leandro Damião, e podemos ainda colocar nesta lista o iluminado Giuliano que quando veio do Paraná Clube para o Inter praticamente ninguém o conhecia. Claro que posso ter me esquecido de um ou outro jogador tanto de Inter quanto de Grêmio, mas inegavelmente a fábrica de jogadores do Internacional vem ensinando o Brasil inteiro e porque não dizer o mundo de como criar jovens talentosos. Ou vocês acham que tantos jogadores promissores brotam na Avenida Padre Cacique por mera coincidência?

Todos os anos surgem 2 ou 3 projetos de craques do Gigante da Beira-Rio, e por diversas temporadas não vimos nenhuma novidade por parte do Grêmio. Eis ai um dos caminhos do sucesso, apostar e investir nas categorias de base.

A pergunta que fica é: O Grêmio esta mudando seu conceito de categoria de base ou o surgimento de Leandro é apenas uma obra do destino?

E era isso!

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